Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

SOBRE VERTIGO - uma curiosidade: facebook versus blogger


Isto foi o que aconteceu no Facebook!

OS BENEFÍCIOS (OU MALEFÍCIOS) DO FACEBOOK (depende do ponto de vista...)

O post que escrevi e enviei para o facebook:


http://images.search.conduit.com/ImagePreview/?q=vertigo&ctid=CT3241941&SearchSource=15&FollowOn=true&PageSource=ImagePreview&SSPV=&CUI=UN34371507074683905&UP=&UM=&start=0&pos=22


RECOMENDAÇÃO


"VERTIGO", de Alfred Hitchcock (1958)
A mais perfeita das obras de Alfred Hitchcock? Talvez... 
Algumas notas de um espectador apaixonado pelo Cinema: As obsessões do cineasta - 
A mulher fatal (anjo e demónio), Kim Novak mais bela que nunca.
A transformação, física, da personagem. 
A cena em que Kim surge como um fantasma, (de qual passado?) na ombreira da porta do quarto. 
As cenas do campanário, tantas vezes citadas por outros. 
A vulnerabilidade do protagonista (James Stewart), que se deixa seduzir e enganar por uma bela mulher.
Não é obviamente "o melhor filme do mundo" como enganosamente a publicidade o apresenta. Foi apenas o mais votado pelos críticos convidados pela "Sight & Sound", no final da última década (2001-2010), no mais famoso dos inquéritos sobre cinema, desde 1952 feito pela revista do BFI.
Sintoma de evolução do gosto ou apenas pequeno reflexo da ideologia dominante nos Media? 
Só por curiosidade:
Em 2012 
1º - Vertigo (Hitchcock) (1958, ING/EUA) - tinha sido 7º (82), 6º (92), 2º (2002)
2º - Citizen Kane (Welles) (1941, EUA) - tinha sido 1º de 1962 a 2002
3º - Tokyo Story (Ozu) (1952, JAP) - tinha sido 5º em 2002
4º - La Règle du Jeu (A Regra do Jogo) (Renoir) (1939, FRA) - tinha sido 2º em 72 e 82 e 3º em 2002
5º - Sunrise (Murnau) (1927, ALE)
6º - 2001: Odisseia no Espaço (Kubrick) (1968, ING/EUA)
7º - The Searchers (A Desaparecida) (Ford) (1956, EUA)
8º - O Homem da Câmara de Filmar (Vertov) (1927, URSS)
9º - Paixão de Joana d' Arc (Dreyer), (1927, DIN)
10º - 8 1/2 (Fellini), (1963, ITA)
Amig@s, não deixem de ver e não se iludam com a lentidão inicial...

OS COMENTÁRIOS

Top of Form

AS RESPOSTAS (com 90 gostos) até ao momento. Estou contente!

Top of Form

EGAS
Quis recomendar aos cinéfilos e não deu para todos (o FB não deixa...). Peço desculpa




N
Como gostei de rever, agora, Vertigo! É que para além de obra prima, é fabulosa!




CA
Um GRANDE filme!


N
diria que é devido a ambas: evolução do gosto e também um pouco de idelogia dominante nos media. Porém, inclino-me para a primeira, que é, de facto, a que Hitchcock merece. Depois, por que não se pode ser burro ou cego (vendo!) a vida inteira, acrescenta-se-lhe o sindrome do pós-mortem, na qual os génios chegam mais facilmente ao apogeu da fama. Este, ainda a conheceu em vida, e tão justamente!


EGAS
O comentário, que agradeço, poderia levar obviamente a uma discussão longa porque o gosto é acima de tudo subjectivo. O que não significa que não considere "Vertigo" e mais algumas obras deste cineasta obras-primas. Tanto que me dei ao "trabalho" de recomendar este filme a(o)s amig@s facebookian@s, com notificação e tudo... Posso rir?
E
Um filme que sabe bem ver, mais do que uma vez.É fabuloso como se entranha em nós, e nos faz pensar na nossa própria vida.Um beijinho para a Lucília e para ti querido Egas.


CC
Os agradecimentos de um antigo dirigente do Cine Clube do Barreiro.


FC
É um dos meus filmes preferidos do grande mestre Hitchcock, gosto do Birds também mas o que mais me fascina é o Psicoses. Suspense intenso do principio ao fim.
Todos os filmes dele são fascinantes e apesar de serem antigos eu não me canso de os ver e rever vezes sem conta.
Boa escolha


CF
Gosto muito deste filme do "consagrado" Hitchcock. Obrigado Egas pela partilha. Abraço!




EGAS
Fátima, pode ser vista uma cópia restaurada no Corte Inglês. Não sei se a qualidade da cor se mantém como no original mas vale a pena rever (já vi!). E a seguir, em Fevereiro, virá o que preferes, "Psico" (Psychose ou Psyco) também em cópia restaurada, com o susto da cena do chuveiro... Se me perguntarem qual o que prefiro é difícil dizer, entre "North By Northwest", "The Birds", "Rear Window" (Janela Indiscreta") ou o velhinho (mas admirável), "Strangers on a Train" (O Desconhecido Norte-Expresso) (1951). O primeiro filme que vi dele é o famoso "Rebecca" (1940). Então jovem adolescente lembro-me dessa primeira visão por ter sido inquietante... Convém lembrar também um colaborador excepcional do cineasta que era o músico e compositor Bernard Herrman (não, não era alemão, nasceu em Nova Iorque...), que colaborou também com Orson Welles, nalgumas das suas grandes obras. Não esquecer que Hitchcock era londrino e só muito mais tarde foi para os EUA depois de já ter vários filmes feitos na GBR.




EGAS
Correcção: Welles e não Wells! (o FB não me deixa corrigir directamente!)


VA
E a Kim Novack era o "meu amor" nos anos 50!
Então e não é que foi para freira!


JA
Obrigada Egas,esse acho que não vi, tenho na memória os Pássaros , embora visse quase todos que aqui falas- Obrigada pela partilha


IS
.....amoadoro......sou vidrada....




EGAS
Só mais uma curiosidade. No inquérito desta mesma década do BFI/Sight & Sound aos realizadores (não aos críticos) o resultado foi muito diferente: 1- Tokyo Story (Ozu); 2-2001. A Space Odissey (Kubrick); 3- Citizen Kane (Welles); 4- 8 1/2 (Fellini); 5- Taxi Driver (Scorsese); 6- Apocalypse Now (Coppola); 7- O Padrinho (Coppola); e Vertigo (Hitchcock); 9- Mirror (Tarkovsky); 10- Ladrões de Bicicletas (De Sica). Como vêem os autores têm uma outra visão. E já agora, para estes Fellini é o mestre dos mestres, enquanto para os críticos é Hitchcock. Quem tem razão? tudo para ver emhttp://www.bfi.org.uk/news/50-greatest-films-all-time
And the loser is – Citizen Kane. After 50 years at the top of the Sight & Sound ...Ver mais


CP
A Mulher que Viveu Duas Vezes” (“Vertigo”), de Alfred Hitchcock . perfeito da sua concepção intelectual ! Obrigado!


FG
Obrigada, Egas, pela parilha. Um abraço


MJ
Obrigada, Egas


CS
Obrigado. é a NOVAK em a Mulher Fatal.


GH 
es lo mejor de suspenso! sin tanta basura d violencia .......exelente muy bueno......


EGAS
Pode ser revisto pelo menos em Lisboa (Corte Inglês). Vale a pena. Júlia, se puderes vê.


JA
gostava muito, digo-te mais tenho pena de não ter videos com esses filmes. pois há muitos que gostava de rever,


ML
Grata Amigo pela Partilha! Adorei este filme! Abraço!


GA
Kim Novak é inesquecível para mim. É uma espécie de "panca". No entanto permito-me, com o devido respeito, de quem não é nenhum cinéfilo, achar que esta classificação é um sinal (mais um) dos tempos. Relegar "Citizen Kane" em favor de "Vertigo" não entendo. E nenhuma nomeação de Eisenstein (nem a "Greve", nem "Alexandre Nevski", nem "Ivan, o Terrível"?) Hummm...


FC
Obrigada Egas pelo conselho sobre os filmes que sendo copias ou não de melhor ou menor qualidade mas são e serão sempre grandes obras de arte deste grande senhor que apesar da baixa estatura era GRANDE na sua arte e sempre será pelos tantos registos que nos deixou e nos fascinam.
Obrigada amigo
Uma boa noite
Abraço


EGAS
Nem o "Couraçado Potemkine", sempre citado nos 10 Preferidos dos Críticos, de 1952 a 2002 (com excepção de 1992! Curioso, não é?). E agora volta a não o ser. No entanto é uma das obras máximas da cinematografia mundial!




EM
Obrigada camarada ,este eu não vi .Obrigado por seu carinho beijinho


OM
As classificações anteriores escolheram filmes magistrais sobre o colectivo esta escolheu uma história no individual (um par) de um mestre do suspense!


 GA
Claro Egas, esquecimento imperdoável o meu.


AG
obrigado camarada, uma boa noite !


IA
Obrigado amigo, beijinhos


CE
Ah!!! Hitchcock !!! Sem dúvida um dos realizadores mais emblemáticos da minha juventude !!! E "Vertigo"... que dizer... Sublime !!!! Obrigado pela partilha Amigo




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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

VERTIGO (A Mulher Que Viveu Duas Vezes), de Alfred Hitchcock


Será "VERTIGO" (1958) a mais perfeita das obras de Alfred Hitchcock? Talvez... 

Só queria anotar meia dúzia de tópicos para um eventual espectador, num filme em que algumas das principais obsessões do cineasta estão presentes. 
A mulher fatal (anjo e demónio), com Kim Novak mais bela que nunca. A transformação, física, da personagem. A cena de antologia, em que Kim surge como um fantasma, (de qual passado?) na ombreira da porta do quarto. E as cenas do campanário, tantas vezes citadas por outros. Não esquecendo a vulnerabilidade do protagonista (James Stewart), que se deixa seduzir e enganar por uma bela mulher.
Não será obviamente "o melhor filme do mundo", apenas o mais votado no final da última década (2001-2010), pelos críticos convidados da "Sight & Sound", alguns dos quais por mera inerência institucional (cinematecas), naquele que é, desde 1952, o mais famoso dos inquéritos sobre cinema, sendo publicada a cada década na revista do BFI. E vão 7. O próximo será para 2022, para quem lá chegar.
Sintoma de evolução do gosto ou apenas pequeno reflexo da ideologia dominante nos Media? 



http://thenighteditor.blogspot.pt/2012/08/vertigo-citizen-kane-and-greatest-movie.html

Só por curiosidade, em 2012, o topo da lista dos críticos e afins no inquérito do BFI foi

1º - Vertigo (Hitchcock) (1958, ING/EUA) - tinha sido 7º (82), 6º (92), 2º (2002)
2º - Citizen Kane (Welles) (1941, EUA) - tinha sido 1º de 1962 a 2002
3º - Tokyo Story (Ozu) (1952, JAP) - tinha sido 5º em 2002
4º - La Règle du Jeu (A Regra do Jogo) (Renoir) (1939, FRA) - tinha sido 2º em 72 e 82 e 3º em 2002.

Enquanto os autores escolheram por esta ordem: “Tokio Story” (Ozu), “2001, A Space Odissey” (Kubrick) (6º na lista dos críticos), “Citizen Kane” (Welles) e “8 ½” (Fellini) (10º na lista dos críticos). Para os críticos, Hitchcook é o mestre dos mestres, enquanto para os realizadores, é Fellini! Quem tem razão?

Mas quanto a “Vertigo”, não se iludam com a lentidão inicial... e não se esqueçam de reparar que o músico e compositor novaiorquino Bernard Herrmann, é um colaborador importantíssimo de Hitchcock que, relembre-se, nasceu em Londres, fez muitos filmes na GBR e só depois foi para os EUA.


(texto destinado ao Indeks / Cartaz de Cinema do Público, que não foi publicado...)

TIMÃO DE ATENAS, de William Shakespeare


TIMÃO DE ATENAS, de William Shakespeare
Com encenação de Joaquim Benite e Rodrigo Francisco

Em Almada, no Teatro Municipal Joaquim Benite. 

"TIMÃO DE ATENAS" (1604), de William Shakespeare, uma peça que o grande dramaturgo nunca chegou a ver representada.
 
Joaquim Benite havia-a encenado para o Festival de Mérida, em 2008. Agora não chegou infelizmente a ver a estreia da sua nova encenação, com Rodrigo Francisco, para uma primeira representação absoluta no nosso país. 



http://images.search.conduit.com/ImagePreview/?q=tim%C3%A3o%20de%20atenas&ctid=CT3241941&searchsource=15&CUI=UN34371507074683905&start=0&pos=8


Vou só referir que se trata de mais um belo e profundo texto daquele grande clássico (o maior de todos, dizem muitos). 

Sugiro a leitura da peça, na tradução de Ivette K.Centeno e tal como a do caderno da CTA a ela dedicado, com textos muito interessantes (para ler depois da ver a representação).

Uma fala da peça: 

"Até agora passasteis o tempo, continuadamente entregues ao abuso, fazendo tudo o que vos apetecia com a justiça. Até agora eu e muitos outros fomos vivendo impotentes, sem fazer nada, braços cruzados, sofrendo em silêncio a nossa pena. Agora chegou o tempo, a nossa vez de ser fortes. gritar alto já chega! Agora os criminosos, cheios de medo, serão julgados nas mesmas cadeiras do poder e veremos a sua enorme insolência esfumar-se no pavor de uma fuga horrorosa." (Alcibíades, acto V, cena 5)


sábado, 12 de janeiro de 2013

BALANÇOS 2012 - NOS PALCOS


BALANÇOS (II) - NOS PALCOS EM 2012: O QUE MAIS ME IMPRESSIONOU
(já publicado no Facebook)

HOMENAGEM

2012 ficará marcado por um acontecimento que nos deixou a todos abalados, que foi  desaparecimento de Joaquim Benite, um dos grandes nomes do Teatro Contemporâneo - encenador, director da Companhia de Teatro de Almada, do Festival Internacional de Teatro de Almada e do Teatro Municipal daquela cidade.
A sua inteligência e dinamismo, e o saber rodear-se de uma grande equipa, permitiram-lhe conseguir fazer do Festival de Almada um dos três grandes festivais de teatro europeus.
As suas encenações, que nas últimas décadas não tenho perdido, são das que mais gosto no panorama português e não só, já que através do Festival de Almada temos visto alguns dos trabalhos dos melhores encenadores europeus.
A sua morte é uma grande perda, como reconhecem internacionalmente os seus pares, para o Teatro, para a Cultura, para a vida nacional, já que era também um cidadão empenhado nas causas sociais por um mundo melhor, sendo membro do PCP.

OS ESPECTÁCULOS

Sobre os espectáculos que vi em 2012, cito aqui o que mais apreciei, numa escolha sempre difícil, porque acabo por deixar de fora da lista dos 10 MAIS, outros espectáculos de que também gostei muito:

1-Em primeiro lugar duas reposições da “CTA”, ambas aliás com encenação de Joaquim Benite: “O Carteiro de Pablo Neruda”, adaptação do saudoso teatrólogo Carlos Porto, do romance do escritor chileno António Skármeta e “Tuning”, de Rodrigo Francisco. Duas encenações que considero excepcionais de dois magníficos textos.

2-Da “Cornucópia” chegaram-nos em estreia dois espectáculos de superior qualidade: “O Sonho da Razão”, uma colagem de textos de  autores franceses (Diderot, Voltaire, Sade, Voisenon) feita, encenada e representada por Luís Miguel Cintra e com actores da “Cornucópia”; e “Os Desastres do Amor”, outra colagem de Luís Miguel Cintra, agora de peças de um clássico, Marivaux, resultando noutro espectáculo extraordinário, com representações excelentes, entre quais se salienta Rita Blanco e também um nome grande do cinema, Teresa Madruga (lembrar o famoso “A Cidade Branca”, do cineasta suíço Alan Tanner).

3-De “A Comuna”, veio “A Controvérsia de Valladolid”, de Jean-Claude Carrière, de quem tanto apreciamos a sua colaboração no cinema, interessantíssimo texto, encenado e representado por Carlos Paulo, juntamente com uma equipa de grande qualidade de actores daquela companhia.

4-Do “Intervalo Grupo de Teatro”, de Linda-a-Velha, uma encenação de “George Dandin”, de Molière, pelo actor, encenador e grande dinamizador daquele grupo, Armando Caldas, num magnífico espectáculo de uma companhia que continua a ser injustamente esquecida nos media, mas de que gostamos muito.

5-Do “Teatro Meridional”, “O Senhor Ibrahim e As Flores do Corão”, baseado num texto de Eric-Emmanuel Schmitt, com versão cénica, encenação e interpretação de Miguel Seabra e que considero o espectáculo de palco de que mais gostei este ano porque, apesar da sua sobriedade, tem uma carga poética e emocional rara.

6-Da CTA, em parceria com o Teatro Nacional de S.João, do Porto, veio “O Mercador de Veneza”, de William Shakespeare, com encenação de Ricardo Pais. Sendo uma das complexas peças do mestre,  esta encenação  não desmereceu da grandeza da obra e foi um notável sucesso de público.

7-De um dos grandes encenadores e actores contemporâneos, Peter Stein, um fascinante “Fantasia Fausto”, a partir de Goethe. Aliás Peter Stein havia encenado “Fausto”, num espectáculo de 19 horas de duração, para Exposição Universal de Hannover, em 2000.

8-Um espectáculo maravilhoso - de circo, teatro, dança, “Murmúrios dos Muros”, pela Compagnie des Petites Heures, com criação e encenação de Victoria Thierrée-Chaplin, filha de Charles Chaplin e Oona O’Neill, que como sabemos era filha do grande dramaturgo Eugene O’Neill.

9-E da famosa coreógrafa belga, Anne Teresa de Keersmaeker, um espectáculo de dança, “En Atendant”. Um puro e raro fascínio, depurado e belo!

10-Outro espectáculo ainda, de dança, música, teatro, que nos surpreendeu pela enorme qualidade foi “A Idade de Ouro”, com direcção de Pedro G.Romero e com Israel Galván. Aqui contaram também as condições, nessa noite extraordinárias, apesar do frio de Julho, ou talvez também por isso, do Palco Grande, ao ar livre, no Festival de Almada, em que até a Lua colaborou...

11-Fica para o fim, porque foi o único que ainda não conseguimos ver, mas de referência obrigatória, derradeira encenação de Joaquim Benite, já estreada no Festival de Mérida, e agora  reposta  em Almada, de “O Timão de Atenas”, de William Shakespeare. Com o falecimento do encenador, foi o jovem dramaturgo e encenador, Rodrigo Francisco, seu adjunto e agora novo director da CTA, a concluir este trabalho. Tencionamos vê-lo em Janeiro. 

Nota Final
Devo dizer que 2012 foi para mim, pessoalmente, um ano muito mau por todas as razões, até de saúde, que não me deixaram ver tudo o que gostaria. Falhei, entre outros, por exemplo, um dos espectáculos que mais me interessaria, “Feliz Aniversário”, de Harold Pinter, encenado por Jorge Silva Melo, para os “Artistas Unidos”, companhia de que gosto também muito.


BALANÇOS 2012 - CINEMA


BALANÇOS 2012 – (I) - CINEMA

Este é o meu balanço cinéfilo do ano, isto é, do que mais gostei no cinema durante esta temporada, que foi em termos gerais aliás bastante pobre em termos de qualidade. No entanto há pelo menos uma dúzia de filmes magníficos. Julgo que não me escapou nada de particularmente brilhante, mas tive que deixar de fora obras de Tim Burton, Fernando Meirelles, Steven Soderbergh ou Jerzy Skolimowski, que gostaria de poder citar.

OS 10 FILMES PREFERIDOS

(1)-DUAS MAGNÍFICAS OBRAS PORTUGUESAS
“TABU”, de Miguel Gomes
“O GEBO E SOMBRA”, de Manoel de Oliveira

(2)- UM EXTRAORDINÁRIO DOCUMENTÁRIO SOBRE A HISTÓRIA DO MUNDO
“CAVE OF FORGOTTEN DREAMS” (A GRUTA DOS SONHOS PERDIDOS), de Werner Herzog

(3)- TRÊS THRILLERS
“CARNAGE” (O DEUS DA CARNIFICINA), de Roman Polanski
“BELLAMY”, de Claude Chabrol
“SAVAGES” (SELVAGENS), de Oliver Stone

(4)- UM GRANDE CLÁSSICO
“THE FLOWERS OF WAR” (AS FLORES DA GUERRA), de Zhang Yimou

(5)- UMA COMÉDIA
“TO ROME WITH LOVE” (PARA ROMA COM AMOR), de Woody Allen

(6)- UM GRANDE FILME
“AMOUR” (AMOR), de Michael Haneke

(7)- UMA OBRA-PRIMA (O PREFERIDO DO ANO)
“CESARE DEVE MORIRE” (CÉSAR DEVE MORRER), de Paolo e Vittorio Taviani

(8)- A MELHOR SURPRESA DO ANO
“DETACHMENT” (O SUBSTITUTO), de Tony Kaye

(9)- E EM ADENDA, UMA RE-VISÃO DE UM GRANDE CLÁSSICO (na Cinemateca Portuguesa)
“LA BATAGLIA DE ALGER” (A BATALHA DE ALGER), de Gillo Pontecorvo (1966)

10)- MEMÓRIA DOS QUE NOS DEIXARAM
A lista é longa e triste. Resta uma consolação: as obras dos grandes criadores e as personagens vividas pelas estrelas do nosso contentamento, são eternas

11)- LAMENTO
Pelo deplorável comportamento cívico de alguns artistas, que havíamos admirado na tela, em prestações passadas, cujos exemplos  principais são Clint Eastwood, com lamentável aparição com laivos de extrema-direita, em comício do Partido Republicano, nas eleições nos EUA ou Depardieu, que se mudou com "armas e bagagens" para a protecção do Putin, com o fito de manter incólumes as "moedas de ouro" acumuladas no seu país... mas que irá obviamente voltar quando os amigos dele voltarem ao poder.


AMOUR, de Michael Haneke

AMOUR (Amor), de Michael Haneke


Para o FACEBOOK

Vou tentar dizer só meia dúzia de coisas sobre este belíssimo filme para motivar amig@s facebookianos a irem vê-lo, porque é pena que o percam, embora não seja um filme nem fácil, nem para consumir e esquecer.
Estou a escrever directamente no meu mural e tenho consciência de que não é o que esta obra excepcional obra merecia, mas queria fazê-lo e não tenho tempo.
As imagens do filme permanecem presentes há vários dias, desde a sua visão e julgo que ficarão na minha memória cinéfila para sempre.
No entanto, se há filme que trata com sobriedade, sem sentimentalismos, com pudor até, temas tão caros aos humanos como o são o Amor e a Morte, este é um deles. Aliás, não em lembro de outro em que tal tivesse sido tratado tão claramente. Não quero adiantar o argumento porque julgo melhor que o espectador seja confrontado com ele sem preconceitos.
Haneke demonstra com esta obra ser sem dúvida um dos grandes autores contemporâneos. Bastariam aliás os seus anteriores "O Laço Branco" (2009) e, principalmente essa obra-prima que é "Caché" (Nada a Esconder) (2005), para já o indicar.
Se forem ver o filme não se esqueçam de reparar na belíssima sequência dos quadros que povoam a casa do casal Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva, duas grandes figuras do cinema no Século XX e aqui reaparecem ao nível do seu melhor, o que significa, brilhantismo absoluto!
Gostaria de dizer alguma coisa sobre o argumento mas, peço-vos, vejam primeiro e depois falamos.

Adaptação para o INDEKS/ CARTAZ DE CINEMA DO PÚBLICO (não foi publicado...)

Numa temporada em que não houve motivos para grandes regozijos, cinema incluído, eis em minha opinião um dos grandes filmes do ano, um dos 3 melhores filmes que vi, juntamente com as obras de os Irmãos Taviani e de Zhang Yimou, repsctivamente "César Deve Morrer" e "As Flores da Guerra".
Vou tentar dizer só meia dúzia de coisas sobre este belíssimo filme, embora ele não seja nem fácil, nem para consumir e esquecer.
Tenho consciência de que não é o comentário que esta obra excepcional merecia, mas não queria deixar de o fazer.
As imagens do filme permanecem presentes há vários dias, desde a sua visão e julgo que ficarão na minha memória cinéfila para sempre.
No entanto, se há filme que trata com sobriedade, sem sentimentalismos, com pudor até, temas tão caros aos humanos como o são o Amor e a Morte, este é um deles. Aliás, não em lembro de outro em que tal tivesse sido tratado tão claramente.
Não quero adiantar o argumento porque julgo melhor que o espectador seja confrontado com ele sem preconceitos.
Haneke demonstra com esta obra ser sem dúvida um dos grandes autores contemporâneos. Bastariam aliás os seus anteriores "O Laço Branco" (2009) e, principalmente essa obra-prima que é "Caché" (Nada a Esconder) (2005), para já o indiciar.
E quem for ver o filme não se esqueça de reparar na belíssima sequência dos quadros que povoam a casa do casal Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva, duas grandes figuras do cinema no Século XX e que aqui reaparecem ao nível do seu melhor, o que significa, brilhantismo absoluto!
Gostaria de dizer alguma coisa sobre o argumento mas, prefiro que vejam esta extraordinária obra primeiro e depois podemos falar.





http://images.search.conduit.com/ImagePreview/?q=amour%2C+michael+haneke&ctid=CT3241941&SearchSource=15&FollowOn=true&PageSource=ImagePreview&SSPV=&start=0&pos=3


http://images.search.conduit.com/ImagePreview/?q=amour%2C+michael+haneke&ctid=CT3241941&SearchSource=15&FollowOn=true&PageSource=ImagePreview&SSPV=&start=0&pos=9