Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

WONDER WHEEL (Roda Gigante), de Woody Allen (2017)

RODA GIGANTE (Wonder Wheel), de Woody Allen (2017)

Woody Allen ainda nos consegue surpreender, não se afastando no entanto do seu cinema de autor. 
É que nunca foi tão trágico como neste filme, com os seus habituais humor e ironia quase ausentes neste melodrama que sentimos como uma homenagem ao grande dramaturgo norte-americano, por ele citado mais de uma vez na obra, Eugene O'Neill. 
Para os que não se lembram O'Neill era o sogro de outro génio, Charles Chaplin, com quem aliás sempre se deu mal segundo dizem, talvez também porque tinha mau feitio. Famoso e celebrado autor de "A Longa Jornada para A Noite", uma obra-prima da dramaturgia universal. 
Tal como também é citado por Woody Allen, outro dos grandes dramaturgos, Anton Tchekov, de quem também nos lembramos no final, quando apesar de todas as paixões e acontecimentos trágicos que giram no filme, tudo termina praticamente como começa.



Woody Allen (Allan Stewart Königsberg, 1-Dez-1935, Brooklyn, NYC) conta neste filme com duas extraordinárias colaborações. 
De Vittorio Storaro (24-Jun-1940, Roma), num extraordinário trabalho como director de fotografia. E da grande actriz inglesa, Kate Winslet (5-Out-1975, Reading, Berkshire, Inglaterra), que nos tem dado alguns desempenhos inesquecíveis de mulheres vulneráveis, a quem o destino parece perseguir, também porque não conseguem controlar as suas paixões. 



É o caso de Ginny, cujo primeiro casamento com um músico de jazz, pai do seu filho, uma criança vítima também ela da instabilidade da família, falha por sua culpa, por se ter deixado envolver numa paixão passageira. 
Com a vida momentaneamente destroçada, Ginny ampara-se noutro inadaptado (James Belushi), que quando o conhecemos é operador da Roda Gigante do Parque de Diversões de Coney Island, na Brooklyn natal do realizador,  e cuja filha, Carolina (Juno Temple),  se juntou a um gansgter de sucesso, mas que irá regressar, em fuga, a casa do pai. O quarto personagem principal da trama é um  jovem nadador-salvador da praia de Coney Island, Mickey (Justin Timberlake), por quem as duas mulheres se apaixonam e nos narra a estória.  
Tudo isto se passa nos anos 50 do século XX. 



Não vou contar o resto da estória criada por Woody Allen, apenas salientar que Kate Winslet nos surge ainda mais bela nesta tragédia dos anos 50, que nos parecem magnificamente reconstituídos neste filme, aliás como habitualmente neste grande autor, com os seus seres humanos infelizes e em dificuldades, como milhões de outros num "caminho de vida norte-americano" (american way of life) que suporta uma minoria de sucesso...
Não percam. Os mais sensíveis levem lenços...      

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