Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

segunda-feira, 17 de julho de 2017

SANSHÔ DAYÚ (O Intendente Sancho), de Kenji Mizoguchi


Mais uma obra-prima absoluta de Kenji Mizoguchi, o grande cineasta japonês e do seu argumentista, Yoshikata Yoda. 

Embora a historia se passe no Japão medieval, foi realizada em 1954, fazendo pensar nos campos de concentração do nazi-fascismo, na Alemanha, e países ocupados, e no Japão. O intendente Sanshô, pela sua crueldade parece baseado nas sinistras figuras que dirigiram esses campos sem a mais pequena réstea de humanidade. Acabam no entanto por escapar com vida devido à ausência de ódio revanchista das suas vítimas. 

Comovente e admirável tem, como quase sempre nas obras do grande realizador nipónico, principalmente quando teve como colaborador Yoshikata Yoda, o povo sofredor e explorado como personagem principal.

Mostra o sofrimento de um povo sujeito à escravatura nas propriedades privadas das grandes casas senhoriais do Japão imperial. 

Sobre esta obra escreveu João Bénard da Costa, o antigo director da Cinemateca Portuguesa, e não obstante a sua condição de intelectual católico, embora nalguns aspectos progressista, talvez o mais belo texto que lhe conheço. 

Se puderem tentem ver (ou rever) esta obra extraordinária, também no aspecto puramente de linguagem, que Benard diz que nunca conseguiu ver, apesar de a ter visto muitas vezes, sem chorar. É de facto difícil porque comovente.

(texto baseado na minha nótula facebookiana)










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