Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sábado, 31 de outubro de 2015

ARDENTE PACIÊNCIA



ARDENTE PACIÊNCIA (Ardiente Paciencia), de Antonio Skármeta

Julgo que muito poucos amigos/as, mesmo os que são cinéfilos (até alguns serão "ratos de cinemateca" - sem nenhum sentido perjorativo, bem pelo contrário!) conhecerão este belíssimo filme, homenagem ao grande poeta Pablo Neruda, Nobel da Literatura, que o celebrado escritor chileno Antonio Skármeta, autor do romance homónimo, também conhecido por O CARTEIRO DE PABLO NERUDA, realizou ele próprio em Portugal, com alguns actores profissionais e muitos amadores sem experiência, quase todos chilenos no exílio, como Skármeta, saídos do Chile depois do golpe fascista da CIA e de Pinochet, em Setembro de 1973, que levou ao assassínio do Presidente Salvador Allende e de milhares de patriotas chilenos. 

A obra foi realizada em Portugal em 1983, com colaboração de técnicos portugueses e produzida por Henrique Espírito Santo, um dos grandes nomes do cinema português. Muito mais perto do romance original de Skármeta que a obra homónima que o cineasta inglês Michael Radford haveria de transformar num dos maiores sucessos comerciais de obras de qualidade (mais de 2 anos de exibição ininterrupta no saudoso Cinema Mundial, em Lisboa). 

A obra de Skármeta tem no entanto uma autenticidade, de que resulta também uma enorme beleza, que o cinema comercial raramente consegue atingir por muitos méritos que tenha o filme de Radford. 



O realizador Antonio Skármeta e o produtor Henrique Espírito Santo procuraram encontrar nas belas e agrestes paisagens da nossa costa, algures entre a Figueira da Foz e Mira, algo que conseguisse reproduzir a Isla Negra, onde Neruda viveu grande parte da sua vida (filmar no Chile dominado pelos fascistas seria obviamente impossível). E julgo que ficaram satisfeitos com o resultado.

Se alguma vez conseguirem ver este admirável ARDIENTE PACIENCIA não percam. Belo e trágico. Realista e emocionante.










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