Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

segunda-feira, 18 de maio de 2015

PHOENIX





PHOENIX, do cineasta alemão Christian Petzold


Houve quem tivesse passado por razões diversas pelos campos de extermínio nazis e tivesse sobrevivido, a cima de tudo porque a libertação chegou antes de serem assassinados e queimados nos fornos crematórios. Foram para lá levados por terem origens e nacionalidades que os nazis consideravam inferiores - judaica, cigana, etc, ou por se oporem politicamente ao regime nazi-fascista, principalmente por serem comunistas. 

Entre todos esses seres humanos violentados pelo nazi-fascismo houve também quem tivesse sido denunciado por vizinhos, por amigos ou até por familiares. Houve ainda quem tivesse sobrevivido em tais circunstâncias físicas que foi necessário mudar o rosto desfigurado. Christian Petzold criou personagens que passaram por isso.



Foi o primeiro filme que vi deste realizador. E alguns dias depois as imagens permanecem na memória. Julgo que não vou esquece-las e passarão a integrar a minha memória cinéfila.

Mas também lembro a magnífica interpretação da famosa canção de Kurt Weil (com letra de Ogden Nash e julgo que é a obra-prima deste), SPEAK LOW (Fala baixo) pela actriz principal, Nina Hoss, e que finaliza o filme. Relembre-se que esta belíssima canção tem sido interpretada por muitas das divas da Música, do jazz à erudita. Petzold somou-lhe uma carga dramática que sem lhe modificar o sentido lhe acrescentou algo mais através do olhar do espectador.




Uma obra cuja visão se recomenda porque é muito interessante do ponto de vista de cinema, com as transfigurações da personagem. Nesse aspecto fez-me lembrar, apesar de nada terem a ver em termos de argumento, duas obras-primas: VERTIGO, de Alfred Hitchcock e LA PIEL QUE HABITO, de Pedro Almodovar. 

Além disso, tudo o que nos fale dos que conseguiram sobreviver ao holocausto e às perseguições e crimes dos fascistas e dos nazis faz parte de uma memória que devemos manter bem viva para que NUNCA MAIS POSSA ACONTECER! 

Nunca esqueceremos que em Portugal, os apoiantes do nazi-fascismo - Salazar e os seus acólitos, criaram prisões que pouco ficaram a dever ao horror nazi, com o seu projecto de morte lenta, acima de todas a do Tarrafal, na ilha de Santiago, em Cabo Verde, então um território ocupado e colonizado, libertado após o 25 de Abril de 1974.



ADENDA:


"Speak Low" is a popular 1943 song composed by Kurt Weill, with lyrics by Ogden Nash. It was introduced by Mary Martin and Kenny Baker in a Broadway musical 




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