O MELHOR
de CINEMA e de OUTROS EVENTOS de CULTURA em 2006
Nº 40/06_24SET06
Conforme
já várias vezes escrito, estes textos são uma mera justificação de gosto,
dirigida exclusivamente aos amigos, e não são CRÍTICA DE CINEMA! Muito menos de
Teatro…
“TRILOGIA
dE APU”, de Satyajit Ray, ÍNDIA, (1956-1959) ***** (5)
Pather
Panchali (A Balada da Estrada)
Aparajito
(O Invicto)
Apu
Sansar (O mundo de Apu)
A última parte desta obra-prima,
que não nos cansamos de rever, pela mestria como está feita, abarcando a vida, do
nascimento à idade adulta, do jovem Apu, nascido na província de Bengala, Índia,
A difícil aprendizagem da existência,
através de uma vida, por vezes cheia de provações e desgostos – a morte de
todos os seres mais amados, no final só restando um, Kajal, filho de Apu e
Aparna, a esposa falecida de parto -, de esperanças que não se conseguem
realizar, de algumas realizações
pessoais, que são no entanto importantíssimas, como a aquisição do
conhecimento.
O cineasta consegue fazer-nos
sentir as personagens, por vezes de uma maneira quase dolorosa e muitas vezes
comovente. Porque corresponde em última análise à natureza humana tal como a
sentimos, dentro de nós ou ao nosso redor.
Sobre os grandes sentimentos e a
dignidade do Homem. Trágico mas não pessimista, porque o final se abre a todas
as possibilidades, quando pai e filho, regressam finalmente juntos a Calcutá.
Aliás o difícil reencontro entre Apu e o filho, que encerra a obra, é uma das
suas sequências mais admiráveis.
Esteticamente muito belo,
excepcional em termos de linguagem, admiravelmente interpretado. E não pode deixar
de ser citada a música de Ravi Shankar.
Obra-prima absoluta, que está na
lista reduzida das obras que mais admiro.
Atenção ao próximo ciclo no NIMAS, em Lisboa (ver imagem) com obras deste grande cineasta