Para cinéfil@s, principalmente mas não só
Vai haver teatro, música, dança que importa ver mas agora refiro-me só ao cinema numa cidade, a minha, onde as propostas são muitas, mas quase todas infelizmente medíocres. Claro, há as excepções:
Nos ciclos da sala Nimas, terminado o de um muito amado realizador nipónico, Yasujiro Ozu, pelas suas comédias aparentemente muito simples mas extraordinariamente bem realizadas, vem aí um Mestre incontestado, bem mais importante, o indiano Satyajit Ray, autor da trilogia de Apu, uma das obra-primas máximas da Arte das Imagens. E na renascida sala do Camões, o Cinema Ideal (ver foto de uma obra de investigação muito interessante sobre essa sala e o cinema das épocas que atravessou) exibe-se um famoso western de John Ford, "The Searchers" (A Desaparecida) a merecer uma nova visão.
Nas estreias avultam "Jimmy's Hall" (O Salão de Jimmy) (título português um tanto ou quanto idiota), do famoso cineasta inglês, Ken Loach, magnífico regresso deste grande realizador aos ecrãs portugueses, obra a não perder, e o último filme de Woody Allen, "Magic in the Moonlight" (Magia ao Luar) que apesar do seu início lento acaba por se tornar, mais uma vez, num enorme prazer, também pela sucessão de piadas no argumento de Allen, que nos fazem sorrir ou mesmo soltar uma gargalhada.
É uma comédia romântica? Pois é! E qual é o mal? Se pudesse acrescentava um sub-título a esta história passada entre ilusionistas (que não pretendem mentir) e mediums (sempre vigaristas): Magia ao Luar ou Será Deus uma Fraude? Posso rir?
Do resto, tenho alguma expectativa em ver "Un Beau Dimanche" (Um Belo Domingo) obra da magnífica actriz Nicole Garcia que se passou para detrás das câmaras já com alguns filmes muito interessantes como "Place Vendôme"; também "A Most Wanted Man" (O Homem mais Procurado), do norte-americano Anton Corbijn, com o malogrado grande actor Philip Seymour Hoffman, que muito apreciávamos, mas principalmente porque se trata da adaptação de um romance de John Le Carré, na sua denúncia dos métodos do imperialismo; e um filme português "E agora? Lembra-me", obra autobiográfica de Joaquim Pinto e Nuno Leonel, de quem a crítica dominante diz maravilhas, as que não disse na altura acerca do admirável "Uma Pedra no Bolso", de Joaquim Pinto, primeira obra que nos chamou logo a atenção para este cineasta.
Para terminar, por muito que goste da grande actriz Maria do Céu Guerra, no palco, na TV ou no grande ecrã, lamento vê-la participar num tipo de cinema que não aprecio...
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