Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

terça-feira, 29 de julho de 2014

PEQUENAS NOTAS SOBRE 31º FESTIVAL DE ALMADA



NOTAS DE UM ESPECTADOR COMUM SOBRE A 31ª EDIÇÃO DO FESTIVAL DE ALMADA



Apesar de não ter podido estar tão presente como desejaria, e para isso seria necessário mudar-me durante 15 dias para Almada (o que não me importaria nada, devo dizê-lo. Talvez para o ano tal venha a ser finalmente possível), não quis deixar de referir este incontornável Festival em que o Teatro ocupa o primeiro lugar e que tem uma posição de relevo entre os grandes festivais de teatro por esse mundo fora.



Não obstante toda a controvérsia que sempre surge sobre este ou aquele espectáculo, porque festival tem que ser assim mesmo, entre o brilhante e o menos conseguido, dependendo também do gosto e da preparação dos espectadores, julgo que o evento foi o que sempre tem sido: uma belíssima festa de Cultura, este ano com a novidade de mais espectáculos de rua, e das habituais e renovadas várias salas e locais, em Almada e Lisboa onde decorreu, dos encontros da esplanada, mas não esquecendo os muitos debates e, em lugar de grande destaque, as lições de um Mestre incontestado a quem o Festival homenageou este ano, Luís Miguel Cintra.

Não sei se terão acontecido este ano muitos daqueles momentos extraordinários de que o Festival de Almada foi pródigo ao longo das suas 30 edições. 

Julgo ter assistido a um deles, quando após a representação de ÍON, de Eurípides, magnificamente encenado pelo Luís Miguel Cintra para a sua Companhia, a Cornucópia, a sessão se prolongou inesperadamente para nós, até de madrugada, para vermos um filme realizado por uma das colaboradoras da Cornucópia, Sofia Marques, sobre ILUSÃO, a colagem de textos de Federico Garcia Lorca, que Luís Miguel Cintra fez e encenou e que foi representada por mais de meia centena de actores não profissionais, entre os quais alguns pisando o palco pela primeira vez. O resultado é de um enorme fascínio. Embora de longa duração e ainda não montado na versão definitiva, o documentário absorveu-nos completamente pelo início da madrugada. Embora filmado foi um momento ímpar que aquele grande homem de Teatro mereceu.

Do que vi, embora tenha falhado alguns dos momentos altos do Festival no que diz respeito a encenações, queria referir o espectáculo da CIRCOLANDO, companhia que muito apreciamos de outros trabalhos que aqui estiveram em anteriores edições. 



É que o seu ARRAIAL DELUXE é quase como uma passagem do dia para a noite, do silêncio quase contemplativo para um ambiente feérico, pleno de vibração, de sons, de movimento. Houve quem não tivesse apreciado. Eu, embora tenha uma enorme admiração pelos trabalhos anteriores, não posso deixar de reconhecer muita mestria na abordagem desta panóplia de situações decorrentes de um arraial tal como o conhecemos ou imaginamos, pelo menos nalgumas zonas do nosso país. E não deixou de ser um belo achado a participação dos espectadores (que se prestaram a isso).

A CAIS OESTE dedico, a seguir, uma pequena nota mais alargada, não só atendendo ao autor representado, Bernard-Marie Koltés, mas por se tratar de um espectáculo da companhia-mãe do Festival, a CTA - Companhia de Teatro de Almada. 

Aguardamos, como ali digo, o regresso ao palco desta peça, em Outubro, porque gostamos muito da CTA e gostaríamos que estivesse sempre a um nível que não desmerecesse nem dos grandes autores representados nem das grandes companhias que pelo seu Festival têm passado. É que, apesar de algumas críticas que lhe possam ser apontadas e da dificuldade do texto, julgo que é possível fazer desta encenação de Ivica Buljan um espectáculo magnífico.

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