Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

DO CINEMA EM EXIBIÇÃO NA NOSSA CIDADE (na última semana de Janeiro)



SOBRE O CINEMA EM EXIBIÇÃO EM LISBOA

(1)- O QUE JÁ VI E GOSTEI

12 ANOS ESCRAVO (12 Years a Slave), de Steve McQueen (*****)

Um filme magnífico sobre a escravatura nos EUA, de um artista na área das artes visuais (pintura, instalações), que faz aqui mais uma incursão brilhante no cinema, a terceira, depois de uma estreia excepcional com “FOME” (Hunger). 

Os acólitos do Império, na crítica dos jornais, obviamente que não gostaram. Mas não é só tematicamente que o filme é importante, mas também pela qualidade da linguagem. Mas nem isso “eles” lhe querem reconhecer. Ou talvez não lhe sejam sensíveis... Posso rir? 

BLUE JASMINE, de Woody Allen (****)

Notável obra sobre os reflexos da crise capitalista nos EUA. Talvez seja um dos filmes mais claramente políticos deste brilhante intelectual estado-unidense, ou deveria dizer, nova-iorquino manhattanense? 

A ascensão e queda duma pequena burguesa (Jasmine) e dos seus pares (o companheiro metido nos esquemas fraudulentas da alta finança e das bolsas, que passámos também infelizmente a conhecer), em plena crise capitalista. Mais trágico que irónico.

TAL PAI, TAL FILHO, (Soshite chichi ni naru), de Hirokazu Koreeda (***)

Os reflexos, das mentalidades saídas das universidades que formatam sem escrúpulos ("à la crato") os jovens para as necessidades do sistema capitalista, em famílias em crise ocasionada pelo funcionamento desumano do sistema. 

No estória do filme trata-se de uma troca de bebés, que só anos depois é descoberta e de todas as consequências que daí advém, a começar pelo hospital (privado) a querer fugir às responsabilidades enquanto não arranjam um bode expiatório, e às famílias postas perante uma situação inesperada e chocante.

A PROPÓSITO DE LLEWYN DAVIES (Inside Llewyn Davis), de Joel e Ethan Coen (****)

Um mergulho, cheio de fascínio, na Manhattan dos anos 60 e dos que sonhavam fazer carreira no mundo da música. Sobre mais um dos seus “heróis” desastrados, a quem o sucesso não sorri. Triste e melancólico mas com todo o brilhantismo cinematográfico habitual dos manos Coen. 

(2-) O QUE AINDA NÃO VI MAS QUERO VER

O LOBO DE WALL STREET (The Wolf of Wall Street), de Martin Scorsese

Desta vez são os gangsters de colarinho branco, responsáveis pela miséria de milhões e a morte de muitos milhares de cidadãos e a correspondente criação de alguns novos milionários, que Scorsese retrata. Mas matanças já não são ao estilo de Chicago. 

Realizado, julgo, com a mestria habitual. A confirmar.

NINFOMANÍACA, de Lars von Trier

Suponho que se trata de mais uma provocação à von Trier, que fará as delícias de um público burguês, ávido de cenas escandalosas e o protesto escandalizado dos mais conservadores. 

Do grande cineasta de outras vezes pouco restará, a não ser o seu savoir-faire, provavelmente. Ou daí talvez não. De von Trier tudo se espera. Veremos.

A VIDA DE ADÈLE, de Abdellatif Kechiche

Kechiche, grande cineasta, que já nos deu obras brilhantes, faz uma incursão pela diferença. De certa maneira o seu magnífico “Venus Noire” já fazia prever uma evolução temática na sua obra. Mas o risco é sempre elevado. Vamos ver como se sai.



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