Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

domingo, 29 de dezembro de 2013

INSIDE LLEWYN DAVIS


INSIDE LLEWYN DAVIS (A Propósito de Llewyn Davis)

Já vi o último filme dos manos Coen (Ethan e Joel) e considero-o muito interessante, na linha das obras anteriores destes carismáticos realizadores norte-americanos. Com uma diferença: é mais triste e melancólico (pelo menos para mim).

Ambos nascidos em Minneapolis, Minnesota, nos EUA. Joel em 29-Set-1954, Ethan em 21-Set-1957. 

São dois aparentemente vulgaríssimos cidadãos. Casados: Joel com a actriz Frances McDormand, desde 1984, têm 1 filho; Ethan, com Tricia Cooke, desde 1990, com 2 filhos. No entanto constituem uma dupla de cineastas cujas obras não nos cansamos de admirar, pela maneira muito própria e original como observam as suas personagens, descrevem os ambientes em que vivem, narram as suas histórias. Por isso são, na minha opinião, verdadeiros autores e não meros técnicos, encarregados de filmar histórias para agradar às audiências.

“Barton Fink” (1991), “Fargo” (1996), “Este País não é para Velhos” (No Country for Old Men) (2007), “Destruir Depois de Ler” (Burn After Reading) (2008), “Um Homem Sério” (A Serious Man) (2009), “Indomável” (True Grid) (2010), estão entre os meus filmes preferidos, no conjunto da sua obra.

Agora, basearam-se na vida de um cantor folk dos anos 60, pouco conhecido, Dave Von Ronk, contada nas suas memórias. O resultado é um mergulho com muito fascínio nos bares de Greenwich Village, o famoso bairro de Manhattan, a fazer lembrar um bairro duma cidade europeia, onde alguns jovens queriam, nessa época, fazer da actividade musical a razão principal da sua vida, sem grande ou nenhum sucesso a maior parte das vezes, como o seu mal amado, azarado e desastrado herói, Llewyn Davis, magnificamente interpretado por Oscar Isaac, que também canta e muito bem. 

Não vou referir os vários incidentes que tornam complicada a vida de Llewyn, apenas dizer que além das amantes, a quem acaba por pagar abortos (obviamente clandestinos), também aparece um gato, Ulisses, que vive em casa do casal Golfein, amigos fieis que quase perde por cauda dele ou a fantástica cena protagonizada por John Goodman, grande actor, preferido dos Coen, na alucinante viagem de automóvel entre Nova Iorque e Chicago, onde o estilo dos Coen, e nesse e noutros episódios (o atropelamento de um animal. Qual? Não sabemos. Chegámos a julgar que fosse o Ulisses perdido... Posso rir?) com toda a mestria e originalidade destes dois grandes criadores (realizadores e argumentistas) surge.

Uma palavra para a fotografia, de Bruno Delbonnel e um profundo lamento para a falta de tradução das letras das canções. 

A quem puder recomendo a leitura da entrevista dada pelos Coen à revista Positif (Nov-2013).



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