Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

LE HAVRE


LE HAVRE, de Aki Kaurismaki

Foi um dos filmes estreados em 2012 nesta cidade onde vivo, que então não cheguei a poder ver. 

Por já conhecer alguns dos filmes deste famoso realizador finlandês (Orimattila, 4-Abr-1957), por muitos considerado um dos grandes nomes do cinema contemporâneo, opinião que partilho por já conhecer alguns das suas obras maiores, que passaram felizmente por cá, não quis deixar de o ver agora, em sessão organizada em colaboração com o ABC Cine-Clube. 

Uma vez mais utilizando o seu estilo muito próprio, com uma fotografia que me faz lembrar às vezes as grandes obras do hiper-realismo da pintura, com diálogos reduzidos ao essencial e sempre com as questões sociais contemporâneas em primeiro plano, LE HAVRE tem de novo em relação ao que conhecíamos o encantamento de uma história de gente boa que contraria o mundo desapiedado, frio, cruel, em que a exploração dos trabalhadores aumenta, em que a xenofobia cresce, em que as diferenças sociais atingem níveis nunca julgados possíveis, em que políticos venais e medíocres servem os interesses do grande capital (como os que infelizmente estão no poder no nosso país), tudo isto é a lamentável Europa do início do século XXI, que urge combater antes que rebente e volte a fazer milhões de vítimas, como por duas vezes no século XX, em 1914-1918 e 1938-1945. 

E para isso é necessário que a gente boa se una e lute, para que se criem condições para aquela gente actualmente no poder seja afastada e uma nova política surja, a caminho de uma sociedade mais justa, em que os direitos dos povos sejam respeitados e a exploração diminua e tenda para o seu fim.

Um brevíssimo relato do argumento: um escritor em dificuldades, trabalha como engraxador no Havre, a cidade portuária da Normandia, onde vive com a mulher que entretanto adoece. O engraxador encontra um jovem imigrante africano, que deveria ir para Londres, onde a família o espera e que desembarcou forçadamente naquele porto da Normandia, e por isso foge à polícia que o quer reenviar para o país de origem. O engraxador irá ajudá-lo, escondendo-o em sua casa e na dos vizinhos, numa cadeia de solidariedades, a que um inspector da polícia também se associa. E apesar dos delatores fascistas que odeiam os imigrantes e os denunciam à polícia, das rusgas e buscas policiais, o jovem, ajudado pelos seus novos amigos, consegue escapar e seguir para Londres. 

Uma belíssima obra de Aki Kaurismaki.


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