Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

PRISONERS (RAPTADAS)



NOTAS CINÉFILAS

(publicada no facebook, em 24-OUT-2013)

“PRISONERS” (Raptadas), de DENIS VILLENEUVE

Foi o ter lido há dias que este cineasta quebequiano (Trois-Rivières, 3-Out-1967) havia realizado uma adaptação, que agora teve estreia mundial, do magnífico romance “O HOMEM DUPLICADO”, do nosso José Saramago (Nobel da Literatura em 1998), a que Villeneuve deu o título de “ENEMY”, e tendo aliás também Jake Gyllenhall como actor principal, que me despertou a curiosidade de ver a sua anterior obra, “PRISONERS”, actualmente em exibição na nossa cidade.

O rapto de crianças, seja por pedofilia, seja por outras não menos assustadoras razões, como o tráfico de órgãos, que continua a atingir milhares de crianças por todo o mundo, em especial as socialmente mais vulneráveis, por as famílias não terem nem recursos nem conhecimentos para sequer se queixarem às autoridades (e onde estão estas, em muitos casos?) e a tentativa posterior da família de fazer justiça pelas próprias mãos, com todas as consequências conhecidas, associais e morais, uma das quais e das mais graves é a de, não poucas vezes, a vingança vir a recair sobre inocentes, é o tema, fortíssimo deste filme. 

Villeneuve, ao pôr a acção num pequeno meio urbano da Pensilvânia, no interior dos EUA, mostrando a conhecida, enorme e pouco recomendável, influência das seitas religiosas em grande parte da população norte-americana, tem o claro objectivo, penso, de mostrar como o resultado disso é mais uma vez um feroz individualismo que pode justificar as maiores atrocidades. 

No entanto fica-se com a sensação de que o tema podia ser melhor tratado, com menos ambiguidade, mais por deficiências de argumento do que por realização, que aliás é excelente. Fica por isso longe da grande obra-prima (na minha opinião) de Clint Eastwood que é “MYSTIC RIVER”, com a qual alguns críticos pretendem aparentar esta obra de Villeneuve.

As interpretações são excelentes, incluindo a do difícil papel do pai, que resolve fazer justiça pelas próprias mãos, entregue a Hugh Jackman. Ao contrário aliás do que lemos algures.

A ver portanto.

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