Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

LIKE SOMEONE IN LOVE



NOTAS CINÉFILAS

(publicada no facebook em 22-OUT-2013)

LIKE SOMEONE IN LOVE (Como alguém apaixonado)

de ABBAS KIAROSTAMI

Não é o argumento que acima de tudo nos seduz – uma história de solidão e proximidade do fim de vida de um professor de sociologia, aposentado e viúvo, que os filhos já quase não visitam, que se deixa enredar numa teia de mentiras, “like someone in love”, demonstrando afinal que a experiência de vida neste caso de pouco lhe serviu. Tanto assim é que o próprio Kiarostami deixa a sua história em aberto...

É antes a maneira, uma vez mais, como este grande cineasta contemporâneo, o iraniano Abbas Kiarostami, filma, mas sem nunca fugir ao seu estilo, de que muito gostamos, sem excessos de nenhuma ordem, quase contemplativo às vezes, mas nunca nos distraindo do essencial.

E no entanto parece que absorve a enorme cultura fílmica do país onde realizou a sua obra (comparar com as obras de Yajuziro Ozu, um dos grandes mestres do cinema nipónico, actualmente em exibição em Lisboa...).

Que diferença para os trabalhos de alguns notáveis cineastas norte-americanos que quando filmaram no Japão parece que estavam a fazer westerns...

Em pano de fundo, a voz inesquecível de Ella Fitzgerald, na canção que dá título à obra.

Interpretações a condizer, de Rin Takanashi (em Akiko, a jovem estudante universitária, que se prostitui para pagar os estudos), Tadashi Okuno (no velho professor) e Ryo Kase (em Noriaki, o jovem apaixonado). E reparar como Kiarostami filma os seus personagens, em diálogo, no interior dos carros, no que é mestre, processo que tem repetido ao longo da sua obra. Relembrar em especial o famoso TEN (Dez), filmado na capital do seu país, Teerão, que praticamente decorre no interior de um automóvel.

Muito recomendável aos que gostam da Sétima Arte.



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