Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

quinta-feira, 9 de maio de 2013

LA MIGLIORE OFFERTA (A MELHOR OFERTA)


LA MIGLIORE OFFERTA” (A Melhor Oferta), de Giuseppe Tornatore (embora a versão exibida seja infelizmente a inglesa)

A primeira surpresa foi ver mais de 3 dezenas de espectadores numa sala de um cinema de muitas salas (Corte Inglês), na última sessão em que a obra ia ser exibida na nossa cidade, ao fim da tarde, o que é magnífico. Aliás a obra havia esgotado a maior sala do S.Jorge, durante a Semana do Cinema Italiano.

O autor, Giuseppe Tornatore (27-Mai-1956), realizador e argumentista, é o famoso cineasta siciliano que tem no activo alguns filmes notáveis, alguns dos quais de que gosto muito, entre eles um dos mais belos filmes de sempre sobre o próprio Cinema, amado por quase todos os que gostam da Sétima Arte, que é o inesquecível “CINEMA PARAÍSO” (1988). E julgo que se alguns o reprovam é principalmente por causa da célebre cena das cenas dos beijos apaixonados, cortadas pela censura fascista, em Itália, em Portugal, como sempre onde eles dominam. Uns porque não gostam de beijos, outros porque os preferem nos recônditos das sacristias, chamem-se Amaro ou outra coisa qualquer.

A MELHOR OFERTA”, é de facto um filme muito interessante, a merecer uma visão. De qualidade muito acima da média, na qual não parecem ter reparado os críticos dos jornais dominantes. Os do “Público” nem sequer se dignaram a ir ver (Posso rir?). Como não acredito em coincidências, interrogo-me: porquê? Calculo qual é a resposta, já que Tornatore sempre foi um “mal amado” pela crítica neo-liberal dominante, consequência óbvia da sua crítica muito directa ao fascismo no seu país, a Itália.

O filme passa-se no meio dos que negoceiam com a Arte, com os seus leilões, as suas pequenas e grandes trafulhices, com que se fazem fortunas e em que os enganados são os novos e os velhos ricos, que compram o que não conhecem e, às vezes, deixam escapar entre as mãos obras que valem fortunas.



Não vou falar sobre o argumento, porque o suspense não está dele ausente, provocando desde início uma certa inquietação no espectador. Estado de espírito que a música de um grande compositor como Ennio Morricone (Roma, 10-Nov-1928) ajuda a criar. E as interpretações são excelentes.
Referir ainda que muitas obras de Arte estão presentes nas imagens, obras dos grandes mestres, todas representando a Mulher. Se forem ver o filme irão compreender a razão. Fizeram-me lembrar, por razões muito diferentes, os fotogramas coleccionados pelo velho projeccionista, Alfredo, de “Cinema Paraíso”, com os tais beijos apaixonados, que os censores fascistas, às vezes de sotaina, mandavam cortar e destruir, mas que o projeccionista (Philippe Noiret) guardava e que depois deixava Totò ver.

Primeira Nota , que não tem a ver com este filme: Uma recriminação ao DN por ter cortado os nomes dos autores na lista de filmes em exibição, juntando-se assim à prática de longa data, lamentável, do seu congénere, o matutino “Público”, pertença do pouco culto Belmiro. Quer queiramos quer não, essa presença ou ausência, é um indicador da cultura de quem dirige a página cultural desses jornais. Ou será que é assim tão caro? Tenho vontade de pôr um epíteto mais desagradável mas vou deixar assim... Posso rir?

Segunda Nota, sobre o que está em exibição na minha cidade, e gostava de ver, mas por este andar, com a parca reforma que está a ser sucessivamente saqueada por estes desgovernantes que ignoram deliberadamente a Constituição que rege o País e que fazem tábua rasa de compromissos assumidos, qualquer dia quase nada disto poderei ver... Estou atento, não tenho é possibilidades de ver o que gosto!

Com as respectivas “pontuações” (de 0 a 10) do IMDB. Eu sei que o seu significado é muito pouco relevante, mera opinião dos leitores daquele sítio da Internet, mas ordenei-os por aí, como uma ordem de prioridades de visão:

-A MELHOR OFERTA ( La Migliore Offerta), de Giuseppe Tornatore (8)
-NÃO (No), de Pablo Larrain (7,5)
-PROFESSOR LAZHAR (Monsieur Lazhar), de Philippe Falardeau (7,5)
-É O AMOR, de João Canijo (7)
-FAUSTO (Faust), de Aleksander Sokurov (7)
-O CAPITAL (Le Capital), de Costa-Gravas (6)
-REGRA DE SILÊNCIO (The Company You Keep), de Robert Redford (6)
-OS AMANTES PASSAGEIROS (Los Amantes Pasajeros), de Pedro Almodóvar (6)

E se ainda houver orçamento e tempo, por serem, julgo, os menos interessantes:

-A RAPARIGA DE PARTE NENHUMA (La Fille de Nulle Part), Jean-Clude Brisseau (6)
-VIAGEM DE FINALISTAS (Spring Breakers), de Harmony Korine (6)



Obs: Texto publicado em primeiro lugar no Facebook

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