Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sábado, 3 de novembro de 2012

SEMANA CULTURAL do INTERVALO GRUPO DE TEATRO




Diário de um mero espectador, que não é crítico (mas que tem muito respeito pela crítica, quando é de qualidade).
Pequenas notas sobre a Semana Cultural do Intervalo Grupo de Teatro - entre 8 e 14 de Outubro de 2012
 Obs: Este ano apenas falhei uma sessão, dedicada à música popular, por impossibilidade física e com muita pena minha

SEGUNDA, 8
Homenagem a um grande homem do Teatro, Helder Costa, que dirige juntamente com uma das grandes actrizes portuguesas, Maria de Céu Guerra (não esteve presente por estar a actuar fora do país), a companhia "A Barraca", cujo repertório, em parte com peças do próprio Helder Costa,  muito apreciamos, por ser um teatro popular mas sempre de grande qualidade.
 
O seu convidado João Afonso, foi magnífico como sempre, a cantar o Zeca, mas também as suas canções! Participaram ainda Tino Flores, o cantor de intervenção, que continua a dizer-nos coisas importantes (mesmo que alguns digam que estão datadas) e Zeca Medeiros, o multifacetado artista açoreano, outra voz inconfundível de que tanto gostamos, também autor de algumas séries televisivas, entre as quais a inesquecível “Xailes Negros”, realizada integralmente nos Açores.
 
TERÇA, 9
Ana Lains, cativante presença da fadista numa festa de homenagem a um grande nome da Música Portuguesa, Fernando Alvim, o compositor, instrumentista e também acompanhante durante muitos anos do nosso Carlos Paredes. Também colaboraram o professor e musicólogo Rui Vieira Nery, numa magnífica intervenção e Marco Rodrigues, excelente no fado.
 
Foi uma homenagem tocante, com aqueles momentos mágicos que não esquecemos – como quando Fernando Alvim subiu ao palco e tocou. Gostei muito!
 
QUARTA, 10
Pedro Barroso,  homenageado em mais uma sessão desta semana cultural, organizada pelo Intervalo Grupo de Teatro.
 
Para não fugir à regra, foi magnífica, saindo nós daquele carismático espaço de Linda-a-Velha, sempre com a certeza de que temos, e vamos continuar a ter, grandes valores na área cultural.
 
Pena é que sem os apoios devidos por parte das entidades que gerem a cultura neste País (agora já nem ministério há!!!). Mais um sinal da incultura da maioria dos governantes das últimas décadas. E, nem por acaso havíamos ouvido na véspera, no mesmo espaço, sábias palavras de um dos últimos responsáveis governamentais que deixou obra, Rui Vieira Nery (no ministério dirigido por Manuel Maria Carrilho), na homenagem a Fernando Alvim.

Comemorava-se o 43º aniversário de carreira do celebrado canta-autor, de que tanto gostamos, mas sobre o qual cai, a maior parte das vezes, uma pesada cortina de silêncio por parte dos meios de comunicação dominantes (e dominados por interesses que raramente são os da cultura ao serviço da população). 
 
Pedro Barroso, tem este ano um novo trabalho editado, "Cantos da Paixão e da Revolta", título bem apropriado ao que foi a sua magnífica e por vezes emocionante no Intervalo. Foi muito bom! O que é extensivo aos artistas mais jovens que convidou para o acompanharem, nomeadamente Teresa Tapadas e Nuno Barroso.
 
Uma palavra final para referir a belíssima intervenção de Correia da Fonseca, que situou a figura e a obra do homenageado na nossa Cultura, aquela que nos honra.
 
QUINTA, 11
Homenagem ao possuidor daquela voz inesquecível para os que há cerca de 5 décadas vivem neste país. Luís Filipe Costa, o jornalista, o homem da rádio, que teve a honra de ler (com Joaquim Furtado) os comunicados do MFA (Movimento das Forças Armadas), no mais belo dia da História de Portugal (nunca gosto de utilizar a expressão "o mais", mas neste caso faço-o conscientemente, porque é isso que penso).
 
Mas diga-se que antes dessa madrugada já o ouvíamos e continuámos a ouvi-lo depois.
 
Belíssima homenagem, mais uma desta semana cultural, que teve também a presença do convidado de Luís Filipe Costa, Manuel Freire, outra voz inesquecível do nosso contentamento.
 
Mais uma noite extraordinária naquele que é um dos mais belos espaços de Cultura da nossa cidade, talvez do nosso País. Pelo menos eu não conheço outro com estas características. O que resulta, na minha opinião, em primeiro lugar dos que o dirigem, pela sua fraternidade e cultura ímpares e também da sala que utilizam, que possibilita uma rara corrente de emoção entre palco e público.
 
SÁBADO, 13
Foi a noite da música erudita, que nos últimos anos tantos momentos inesquecíveis nos tem proporcionado naquele espaço de cultura e, repito, de muita fraternidade.
 
A homenagem foi ao tenor Carlos Guilherme, que veio acompanhado da soprano Ana Ester Neves e do maestro e pianista João Paulo Santos. Tendo a apresentação do homenageado sido feita por João Pereira Bastos, que foi durante algum tempo director da Antena 2 e agora a dirigir o  renovado Fórum Luisa Todi, em Setúbal (reabriu há poucas semanas), onde assistimos, há alguns anos  no velho cine-teatro, a algumas das actuações do homenageado e seus convidados, em colaboração com o Coral Luisa Todi e, nomeadamente, no sempre lembrado “Porgy and Bess”, a ópera de George Gershwin, espectáculo dirigido pelo jovem maestro Paulo Lourenço e que veio aliás na altura a Lisboa (Teatro da Trindade), num sucesso assinalável, considerando até que a maior parte dos participantes, os coralistas, eram amadores.
 
Foi uma sessão magnífica, a relembrar-nos grandes actuações anteriores destes três artistas, a que tive o privilégio de assistir.
 
DOMINGO, 14
Foi com a representação de "George Dandin", de Molière, que havia sido estreada em Março e agora voltámos a ver com prazer redobrado, que o  Intervalo Grupo de Teatro fechou da melhor maneira mais uma inesquecível Semana Cultural.
 


Salvo erro foi a 33ª (e que pena temos de não termos assistido a todas!) em 43 anos de existência daquele Grupo, criado por Armando Caldas em 1969, director e encenador principal, e por mais um grupo de amigos, entre eles, Correia da Fonseca, que continua a colaborar assiduamente no Intervalo, com belíssimos textos, que ele próprio lê, sobre alguns dos homenageados.
 
“George Dandin” é uma das comédias do grande dramaturgo francês, cheia de humor mas também de forte crítica social, que vai prosseguir por mais dois fins de semana até ao fim de Outubro, sexta e sábado às 21.30, no Auditório Lourdes Norberto, em Linda-a-Velha, e se ainda não viram não percam. É Molière e muito bem representado e encenado, por isso é um prazer assistir!
 
No final da Semana, parabéns ao Intervalo Grupo de Teatro, ao encenador, actores (magníficos) e demais colaboradores. E até para o ano, se nada acontecer que nos impeça de assistir!

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