Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

DETACHMENT (O Substituto), de Tony Kaye


Em dia de chuva persistente, resolvi ir ao cinema, na esperança de ver alguma coisa que me agradasse, tendo em conta que já tinha visto (suponho) tudo o que de muito bom estava em exibição e valesse a pena ("César Deve Morrer", "Bellamy", "Para Roma com Amor"), com excepção de dois filmes portugueses (modestos, a acreditar na crítica ... posso rir?), mas que para mim eram demasiado pesados para um dia tão lúgubre como o este, e que são "Aristides Sousa Mendes" e Operação Outono" (este sobre o assassinato, pela PIDE, do General Humberto Delgado), mas que irei obviamente ver, por muitas recomendações em sentido contrário que me "façam" os críticos dominantes...

E não é que fui surpreendido por uma obra notável!?  

"DETACHMENT" (O Substituto), realizado por um multifacetado artista londrino (1952), TONY KAYE, que depois verifiquei ser o autor de "AMERICAN HISTORY X" (América Proibida), sobre o racismo e os movimentos neo-nazis nos EUA e também autor de um, ainda mais famoso, documentário, que a distribuição que temos censurou, sobre a situação do Aborto nos EUA, "LAKE OF FIRE".


http://thefilmstage.com/news/tony-kaye-updates-pending-long-delayed-projects/

O DETACHMENT (O Substituto), tem como pano de fundo o deplorável estado da nação, os EUA, que atinge as camadas mais jovens, a maioria sem futuro nem esperança e de como a Escola lida com isso, levando ao desespero os professores mais atentos e conscientes.

Adrien Brody, o famoso actor de "O Pianista", de Roman Polanski, entre outras excelentes interpretações, é na obra de Tony Kaye o professor que não quer criar amarras, por razões pessoais, e se limita a ser um professor substituto, com contratos ocasionais. 
Obra sensível, que nos toca, em que Kaye é um verdadeiro autor, desdobrando-se entre a realização e a direcção da fotografia, que é magnífica. E entregou um dos principais papéis à filha Betty, excelente na jovem estudante Meredith.


http://www.ineedmyfix.com/2012/03/14/more-humpday-treats-adrien-brody-premieres-detachment-in-nyc/

Para não me prolongar agora mais, só como nota final: dizer que julgo tratar-se de uma daquelas jóias que vêm do cinema independente (como não sou crítico não sei se esta classificação de independência em relação à grande indústria estará correcta...) e lamentar que um filme como este, tão interessante e que faz pensar, ao fim de uma semana já não conste da lista dos 10 filmes recomendados (entre os quais estão obras de pouca qualidade) pelos críticos do quotidiano "Público". E esta? Ou será que convém fazê-lo esquecer, antes que alguém se lembre de o ir ver? (por acaso a sala onde fui tinha bastante gente e na minha fila estava um homem do Teatro que muito admiro, pela sua obra).

(publicado no facebook e no indeks/ cartaz de cinema)

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