Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

IRÈNE, de Alain Cavalier

“IRÈNE”, de Alain Cavalier, (FRA), **** (4)


Sobre "Irène", a magnífica obra de Alain Cavalier, de que víramos em 2007, no DOCLISBOA, outra extraordinária obra, "Le Filmeur", para já não falar no "Duelo na Ilha" (1962), visto no CCUL ou no IMAGEM, nos tempos cineclubismo, em pleno fascismo salazarista, até ao grande sucesso comercial, "Thérèse" (1986) sobre as contradições da fé religiosa.

Duas opiniões críticas muito díspares, lidas na imprensa, sobre um filme que deve ser visto por quem gosta de Cinema:
"mais do que um retrato do mundo exterior, o filme é entendido como reflexo privilegiado de uma vivência interior, dramática, por vezes convulsiva, que o realizador exprime na primeira pessoa" (João Lopes, DN, 29-ago-10)

"o cinema é tão livre que até se pode negar a si próprio" (Manuel Halpern, JL, 25-ago-10)
Relativamente a esta obra, concordo com a primeira.

Homenagem à companheira, Irène Tunc, actriz francesa, que fora Miss França, e foi dirigida no cinema por grandes nomes – Melville, Resnais, Truffaut. Casados em 1965, um acidente de viação, em 1972, com o carro que a actriz conduzia, acabou por vitimá-la. O realizador ficou marcado por este desaparecimento. Talvez seja essa a razão da sua obra ser relativamente curta e grande parte dela, intimista e autobiográfica.
Outro aspecto muito interessante deste último filme de Cavalier, é ter sido realizado com uma câmara digital, com meios reduzidíssimos e com escasso apoio humano. Tal como “Le Filmeur”, são obras que quase qualquer de nós poderia realizar, com pouco dispêndio, se para tal tivesse “engenho e arte”. É a democratização do acto de filmar, tornado hoje acessível a cada vez mais gente.


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