Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

terça-feira, 23 de março de 2010

PRECIOUS, de Lee Daniels

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“PRECIOUS” (Preciosa), de Lee Daniels, (EUA), **** (4)

Este filme é uma verdadeira pérola do Cinema Independente Nova-Iorquino, que começou por ser premiado justamente no Festival de Sundance, a mais importante mostra do cinema independente norte-americano e, depois de vários outros prémios, terminou com dois Óscares: para a melhor actriz secundária, Mo’Nique, no papel da mãe (Mary), que contracena com a extraordinária revelação, Gabourey Sidibe (Precious), nomeada para o Óscar de Melhor Actriz, que não seria injusto, diga-se de passagem, e para o melhor argumento.
Mas, talvez o mais importante dos prémios tenha sido no entanto o Prémio Especial do Júri do Festival de Cannes, e a ovação do público (europeu) nesse festival, que durou cerca de um quarto de hora (citado por João Moço, DN, 10fev10), para este filme claramente norte-americano, pela ambiência social e pelas personagens retratadas, pertencentes à enorme e quase sempre muito explorada comunidade afro-americana da sociedade daquele país, mas que não deixa de ser universal nas questões que aborda – desigualdade, iliteracia, miséria, droga, pedofilia, incesto, Sida.
Por este cunho de crítica social, não nos surpreende a desvalorização da obra que foi feita pela crítica ultra-conservadora portuguesa.
Em contrapartida, um crítico de qualidade superior no nosso meio, João Lopes, não hesita citar o grande John Cassavetes (1929-1989), como “referência tutelar”, em obras como “PRECIOUS”, o que é um enorme elogio!
O realizador, Lee Daniels (Filadelfia, 1959), pertence também à comunidade afro-americana e foi o segundo membro dessa comunidade a ser nomeado para um Óscar de melhor realizador (citado no IMDB)
Uma admirável obra a não perder. Recomendação que vai para além dos cinéfilos incondicionais.
Impressionante, comovente, mas não pessimista. Vão ver e depois digam-me se não tenho razão.
**** (4)

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