Cultura!

Cultura!

OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

quinta-feira, 25 de março de 2010

ALICE IN THE WONDERLAND, de Tim Burton

-->
“ALICE IN THE WONDERLAND” (Alice no País das Maravilhas), Tim Burton, (EUA), **** (4)

Tim Burton é, suponho que indiscutivelmente, um dos grandes Autores da Sétima Arte, neste início de milénio. Talvez até já nem necessitasse de fazer este tipo de trabalho, em princípio bastante rentável, para a Disney (cuja produção média é no entanto de inferior qualidade), servindo de caução às “novidades tecnológicas” do momento (3D).
Confesso que a 3D não me seduz, como já tinha acontecido aliás há umas boas dezenas de anos (os óculos com lentes verdes e vermelhas, recordam-se?) e confesso que preferiria ver esta incursão de Tim Burton pela “Alice” do Lewis Carroll, sem esta modernice de sabor algo requentado, que esteticamente, em minha opinião, nada acrescenta, antes pelo contrário. Mesmo que Burton tenha conseguido por vezes suscitar a nossa admiração, com um ou outro achado só possível em “3D”.
No entanto trata-se de mais uma obra deste notável criador, cuja visão, como todas as outras, embora esta em menor grau, diga-se de passagem, nos dá muito prazer. Não nos esqueçamos que a última obra de Tim Burton havia sido uma indiscutível obra-prima, “Sweeney Todd”, numa adaptação do famoso musical de Stephen Sondheim, tornando-se um dos melhores filmes deste princípio do século XXI.
“Alice no País das Maravilhas”, a obra-prima do famoso escritor inglês (Cheshire, 1832 – Guilford, 1898) e professor de matemática em Oxford, que usou o pseudónimo Lewis Carroll nos seus livros, continua a causar a admiração dos seus leitores quase um século e meio depois, por, ao descrever as fantasias oníricas de uma rapariguinha de 10 anos, se prestar a várias interpretações, conseguindo suscitar curiosidade no leitor adulto. No entanto não esqueçamos que grande parte do fascínio da obra resulta também das várias interpretações dos personagens feitas por muitos ilustradores, desde que Carroll o editou pela primeira vez. Como a nossa extraordinária Paula Rego. E das adaptações principalmente ao cinema.
O que Tim Burton agora faz magnificamente é, baseando-se na obra original, adaptá-la a uma jovem no final da adolescência, criando algumas novas personagens, bastante mais complexas, que conseguem permanecer no nosso imaginário visual. Aliás, mesmo assim, não pude deixar de ficar admirado com o comportamento dos muitos adolescentes que estavam na sala quando assisti ao filme, que seguiram com a máxima atenção e admiração as peripécias de uma história em princípio muito infantil, mas obviamente misteriosa e inexplicável como todos os sonhos.
A imaginação delirante de Burton e o seu bom gosto, continuam a ser imagens de marca, sem notas dissonantes. Tal como a direcção actores, em especial, do seu preferido, Johnny Deep, com a sua mulher, Helena Bonham Carter, a também se destacar no papel da rainha má.
Para terminar relembrar apenas que Tim Burton, tem honras de ter parte da sua obra (cerca de 700 peças) exposta até 26 de Abril de 2010, no famoso museu nova-iorquino, “Museum of Modern Art” (MOMA), o que só os grandes criadores costumam conseguir. Tenho pena de não ver…
**** (4)

Sem comentários:

Enviar um comentário