Cultura!

Cultura!

OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

domingo, 28 de fevereiro de 2010

O MENTIROSO, de Carlo Goldoni

“O MENTIROSO” (Il Bugiardo), de Carlo Goldoni, encenado por Armando Caldas, para a companhia “Intervalo – Grupo de Teatro”, no Auditório Lourdes Norberto, em Linda-a-Velha, **** (4)

É uma das mais conhecidas entre as 50 comédias escritas pelo famoso dramaturgo italiano, Carlo Goldoni, nascido em Veneza em 1701 e falecido em França em 1793.

O “Intervalo” criou, uma vez mais, um espectáculo que muito nos diverte, com sorrisos do princípio ao fim e algumas gargalhadas pelo meio, também porque, as peças deste autor, filiadas na “Comédia dell’Arte”, corrente do teatro popular dos séculos XVI e XVII, têm, pela caracterização das personagens, um universalismo que permanece actual.

A companhia havia já apresentado esta peça em 1999, também com encenação de Armando Caldas, com o mesmo cenário de Octávio Clérigo, que continua a suscitar-nos grande admiração pela sua beleza (tal como então, quando provocou palmas assim que o pano abriu, como o encenador recorda no programa do espectáculo de agora).

Existem algumas traduções de várias peças de Goldoni (a última das quais suponho que seja a recentíssima, em 2008, de Jorge Silva Melo, o que mostra como Goldoni continua a suscitar o nosso interesse). Para “O Mentiroso” foi todavia utilizada a tradução de Grazia Maria Saviotti.

Relembre-se a propósito (como referido no programa), que foi o marido, Gino Saviotti, quem encenou a primeira apresentação desta peça em Portugal, com a companhia “Teatro de Sempre”, em 1958, sendo Armando Caldas um dos actores (Florindo). O grande actor Rogério Paulo (Lélio) escreveu então algumas notas sobre o teatro de Goldoni, que o programa do “Intervalo” transcreve e, por favor, não deixem de ler!

Recorde-se também a colaboração de Grazia e Gino Saviotti (“História do Teatro Italiano” e “Obras-Primas do Teatro Italiano”), numa das mais famosas colecções de Divulgação Cultural (em todos os domínios - científico, artístico, sociológico, político), a inesquecível Biblioteca Cosmos, dirigida por Bento de Jesus Caraça, publicada apesar da feroz censura fascista existente em meados do Século XX em Portugal.

Uma palavra é devida ao bom gosto da encenação e ao trabalho dos actores, bastante coeso como é timbre do grupo, mas com o destaque óbvio para os principais personagens desta comédia – o Doutor Balanzoni (João Pinho), Pantalão (Fernando Tavares Marques) e Lélio (Carlos Paiva).

A não perder.
**** (4)


EXPOSIÇÃO

Já que vamos a Linda-a-Velha, não deixar de ver, em Algés, no Parque Anjos – Centro de Arte Manuel de Brito (onde o Grupo de Teatro já esteve sediado, então com o nome de “Primeiro Acto”) uma magnífica exposição, de e sobre um dos grandes gravadores portugueses, Bartolomeu Cid dos Santos (1931-2008). Relembre-se a propósito o magnífico filme que sobre ele fez Jorge Silva Melo, “Por Terras Devastadas”. (exposição até 16 de Maio)

Sem comentários:

Enviar um comentário