Cultura!

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OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

PREFERÊNCIAS DE 2009 - "Of Time and The City", de Terence Davies

“OF TIME AND THE CITY”, de Terence Davies (GBR), ***** (5)

Visto INDIE LISBOA’09 – 6º Festival Internacional de Cinema Independente.

Do autor do famoso e magnífico “Distant Voices, Still Lives” (de 1988), para mim (e pelos vistos não só) um dos melhores filmes britânicos das décadas de 80 e 90. O crítico da “Time Out” inglesa (com todas as reticências que se possam pôr às vezes à coerência dos seus críticos) considerou-o em muitos aspectos o melhor desde as obras da dupla Michael Powell / Eric Pressburger.

Agora trata-se de um documentário magnífico sobre a sua Liverpool natal, com muitas imagens de arquivo que o autor seleccionou, e com um interessantíssimo texto de Davies, que ele próprio lê em off.

Meditação sobre vida e morte, com as suas impressionantes imagens da decrepitude duma cidade desde o pos-guerra, nostalgia da Liverpool da sua infância e juventude, retrato da classe trabalhadora e das suas dificuldades para sobreviver num Reino Unido profundamente desigual. Terence Davies não tem pejo em dizer verdades em relação ao poder, a família real em primeiro lugar, e às igrejas, em especial a católica, que frequentou quando adolescente.

Obra poética, cuja poesia se faz da linguagem fílmica, mais do que das imagens, mas também das palavras do autor, olhar apaixonado pela cidade onde nasceu e viveu.

Algumas das referências de Terence Davies (Liverpool, 1945) são perfeitamente idênticas a algumas das minhas: Sibelius, Chostakovich e Mahler; Engels e Tcheckov; James Joyce; “Serenata à Chuva, de Stanley Donen e Gene Kelly! Não admira pois que tenha apreciado tanto o “Distant Voices, Still Lives”, tal como agora este belíssimo documentário.
***** (5)

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