Cultura!

Cultura!

OBJECTIVOS

Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... Nos últimos tempos são maioritariamente meros comentários que fiz, publicados principalmente no facebook ou no correio electrónico, sempre a pensar em primeiro lugar nos amigos que eventualmente os leiam.
Gostaria muito de re-escrever os textos, aprofundando as opiniões, mas o tempo vai-me faltando...
As minhas estrelas (de 1 a 5), quando as houver, apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente. Gostaria de ver tudo o que vale a pena, mas também não tenho tempo...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

ÁGORA, de Alexandre Amenábar

“ÁGORA”, de Alejandro Amenábar” (ESP), **** (4)
Cinema: Monumental, 15dez09

Mais um excelente filme de um dos melhores realizadores espanhóis da actualidade, autor entre outras obras dos famosos “The Others”, com Nicole Kidman e “Mar Adentro”.
Tendo como tema de fundo a intolerância, principalmente religiosa, passado em Alexandria nos finais do Império Romano (ano 391), quando o catolicismo iniciava a sua ascensão como religião dominante.
A bela Rachel Weisz tem uma magnífica interpretação no papel da astrónoma egípcia Hypatia (ou Hipatia), muito avançada no tempo, e que procura defender a famosa Biblioteca de Alexandria contra as hordas fundamentalistas que tudo querem queimar e destruir, para impor o seu novo deus.
Uma obra de uma grande actualidade e talvez por isso censurada pela ideologia dominante nos media deste país.
Há também uma bela história de amor pelo meio.
Amenábar, nascido em Santiago do Chile, em 1972, de pai chileno e mãe espanhola, veio para Espanha com um ano de idade, com os pais em fuga ao golpe fascista de Pinochet, em 1973. E confirma-se como um dos grandes cineastas espanhóis da actualidade.
Não percam.
**** (4)



15dez09
Ainda a propósito deste magnífico filme do Amenábar duas ou três coisas mais:
1-Só agora soube das palavras do nosso Nobel, a propósito desta obra: “É uma obra-prima, talvez demasiado grande para caber na cabeça de algumas pessoas”.
Ainda bem que José Saramago gostou. Eu também, considerando-o desde já um dos melhores filmes de 2009.
2-Só agora li (e senti o mesmo) que “Amenábar faz-nos pensar nos talibãs (e outros fundamentalistas religiosos) ora no Nazismo (e outras crenças de extrema-direita, quaisquer que sejam)” (Vasco Mourinha, jornal “Público”).
Não esqueçamos que Amenábar nasceu em Santiago do Chile, em 31 de Março de 1972, filho de um chileno e uma espanhola. A eleição do Governo da Frente Popular de Salvador Allende tinha sido em 4 de Novembro de 1970. Em 11 de Setembro de 1973 dá-se o golpe fascista de Pinochet.
Isto é, o cineasta nasceu naquela que foi uma das grandes esperanças democráticas na América do Sul, embora provavelmente as suas memórias sejam as que lhe foram contadas pelos seus pais desses anos de ouro (1970-1973).
Com menos de um ano de idade veio o exílio devido ao golpe fascista de Pinochet, principal responsável pelos inomináveis crimes cometidos contra a Humanidade, que se saldaram em milhares de mortos entre os elementos mais progressistas da nação chilena, crimes que tiveram o apoio do governo norte-americano e da “dama de ferro” Thatcher.
3-A admirável cientista - astróloga e matemática, e filósofa egípcia, Hypatia (370-415), filha de Theon, professor de matemática e último director da Museu de Alexandria, foi assassinada, depois de horrorosamente mutilada, por activistas cristãos, em Alexandria, por instigação do bispo cristão Cirilo (mais tarde este responsável por este e outros crimes foi considerado santo pela Igreja Católica!!).
Esta mulher é uma figura notável na luta da Ciência contra o obscurantismo religioso, mas apesar disso uma personalidade algo silenciada, o que talvez não surpreenda, por representar também a luta pela emancipação feminina. A propósito recomenda-se a utilização da Internet para conhecer melhor Hypatia (ou Hipatia) e a bibliografia a seu respeito.
Por exemplo em:


17dez09

Sem comentários:

Enviar um comentário